sábado, 27 de dezembro de 2014

Tarot

No fim de 2013, entediada, confusa, e após clicar numa página de Tarot on-line que veio por e-mail, a previsão foi: um ano de grandes mudanças sociais e pessoais. Mudança, mudança, mudança.  Foi o que em todas as vezes apresentaram as cartas. As mudanças sociais talvez eu não precise descrever. As pessoas estão cada dia mais familiarizadas com a rua como espaço delas e não apenas dos carros. A rua foi espaço meu também este ano. A rua como suspensão da ordem estabelecida. A rua como suspensão. E suspensa fiquei em muitos momentos deste ano. No entre, nas fissuras tempo-espaciais da cidade de São Paulo. Duas vezes sem casa. Infinitamente sem certezas.  Todas as vezes com meus amigos e parentes. Nenhuma vez com um amor  (o Tarot também previu a minha pausa solo).  Estar sem chão e não voar.  
Uma prima minha diz que quando tem medo canta. Eu escolhi dançar. Se era para cair, que eu aprendesse a cair com alguma beleza. Com alguma leveza.
Eu espero para 2015 quedas cada vez mais graciosas. Que eu consiga ser a protagonista de meus alçares. Suspensa apenas por meus pulos. O entre que não seja o intervalo de vazios. Mas o fio que liga afetos.

A armadura infelizmente continua posta.  Mas prometo retirá-la se for um convite a dançar comigo.