Olhar o corpo de uma ideia, foi a primeira vez que vi materializada minha ansiedade. E ela fala em línguas. Números.
Abrir uma planilha e sentir. Não existe linguagem lógica. Os números ali desenhavam meus dias escorrendo em juros.
Amortizações decrescentes juros bebendo em meu pescoço e reproduzindo como células de um câncer.
A minha ansiedade têm dentes feitos zeros arredondados, mas afiados. Que se escondem por trás de siglas. Abreviações que expandiram a zero a esquerda que eu me sentia. Como quem ficou pra trás depois de cansar de nadar.
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Por isso, sinto tanta falta de ar.
Estava me afogando pelas bordas do sonho de uma casa própria.