“Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.”
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.”
C.D.A
Fútil,
vulgar,
no meio do caminho havia o afeto
atrapalhando o tráfego
o meu Amor não tem mesmo de ser útil
E eu, aqui, de braços e mãos atordoadas,
nem por isso deixei de esperar o seu abraço.
Se morro um fígado a cada grito,
ele renasce, teimoso,
em silêncio,
nos intervalos desta grande-repetição-barulho-mundo-surdo.
Eu tenho mãos sem dedos que escrevem
asas delirantes que tombam
e um reflexo no espelho
que não vejo e existe.
E isso nunca é dito desta maneira
Mas eu e minhas mãos
não deixam de sentir os voos.
Tudo já foi escrito,
e daí?
A Fênix nada quer dizer
Apenas
morrer palavras
para depois
Renascer