quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Doce, doce!

Em mim, um fel,
um mel tão doce,
uma gentil ferocidade, 
avesso de aguilhão,
que mesmo senil de mil alanceadas 
de mim ainda
o desejarás.

em mim, 
a abelha 
em flor
no mel despetalada
sugar o espinho 
Ao encontro 
do que 
finalmente 
a espetará.

em mim, espumas e espinhos,
pelos e atalhos
a pele 
em gentil ladrilhado
o arrepio tatuado 
o verso mordiscado!
em mim,
seus dentes...

Tu mastigas
minhas sanhas
e em troca ajoelho meus segredos,
oferendas cínicas,
clichês íntimos, 
em oração 
entretanto 
sincera:
de suas farpas,
quero sempre o arranhar.


A nata, o néctar,
o mel do dia
a melodia 
a doce aresta
a rosa rósea 
em minhas pernas
o milagre em vinho branco
despelada aos pingos
o infinito em rito
o caralho em mim,
lambuzar a prece,
o vermelho e o branco
pequena morte
dia e noite 
em mim,
a nos provar. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Conectivos

Eu,

frases desmembradas de seu fim,

insustentável,

(desperdício de vocábulos)

mastigando 

vazios e sonhos,


e,


entre

 

as últimas-mais-novas-das-novas-notícias

(salgados de padaria suja requentados) 

:


eleições-dos-EUA-bombardeio-na-faixa-de-Gaza-tendência-batom-matte-para-o verão-2013-mulher-esfaquiada-nos-Jardins-policia-prende-seis-elementos- medo-medo-medo-medo-!

terra-água-fogo-ar 

vida...

flor...esmagada...na...calçada...ladreada...de...pedrinhas...no...meio...do...caminho...


Você.

Eu te amo.


Desconecto-me

(Eu)

Para ti  

tu


desprovida de armaduras

em vidro e plumas

descalça 

desnuda 

TU 

em mim


POR FIM 


dançar 

no inverso 

do abismo do abismo 

o sonhar

nas salivas 

das línguas 

conectivos do amar.


Sós e sóis 

amor

infinito úmido por narrar.