Em mim, um fel,
um mel tão doce,
uma gentil ferocidade,
avesso de aguilhão,
que mesmo senil de mil alanceadas
de mim ainda
o desejarás.
em mim,
a abelha
em flor
no mel despetalada
sugar o espinho
Ao encontro
do que
finalmente
a espetará.
em mim, espumas e espinhos,
pelos e atalhos
a pele
em gentil ladrilhado
o arrepio tatuado
o verso mordiscado!
em mim,
seus dentes...
Tu mastigas
minhas sanhas
e em troca ajoelho meus segredos,
oferendas cínicas,
clichês íntimos,
em oração
entretanto
sincera:
de suas farpas,
quero sempre o arranhar.
A nata, o néctar,
o mel do dia
a melodia
a doce aresta
a rosa rósea
em minhas pernas
o milagre em vinho branco
despelada aos pingos
o infinito em rito
o caralho em mim,
lambuzar a prece,
o vermelho e o branco
pequena morte
dia e noite
em mim,
a nos provar.