terça-feira, 27 de maio de 2008

Lógica deformal

Sou mais naquilo que não consigo dizer. Digo o contrário do havia pensado. Gostaria de pensar o paradoxo daquilo penso e ser isto e o seu contrário. Mas aí, Lacan me disse que existo onde não penso.

Então, quero existir onde não existo, dizer o que penso que não digo e que na verdade, não seria possível nem ao menos se pensar quiçá dizer e, paradoxalmente, inverter todas essas relações e ainda sim me encontrar dentro delas. Acabo que me perco e faço o contrário do que havia pensando e o contrário do que havia dito e nisto existo, embora fora de mim, o que não quer dizer que eu também não seja nisto. Mas me coloca a dúvida se aí eu realmente seja menos ou apenas esteja.

[Além de não saber onde ficariam os “nãos”]

Apenas uma viajada nas frases abaixo:

“O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.” Clarice Lispector

"Penso onde não sou, logo sou onde não penso" - Lacan.

“Penso, logo existo” – Descartes

“Penso, logo desisto” – Sonia Rocha

O texto acima foi inicialmente publicado no Gironda Jacobina

 

 

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