Sou mais naquilo que não consigo dizer. Digo o contrário do havia pensado. Gostaria de pensar o paradoxo daquilo penso e ser isto e o seu contrário. Mas aí, Lacan me disse que existo onde não penso.
Então, quero existir onde não existo, dizer o que penso que não digo e que na verdade, não seria possível nem ao menos se pensar quiçá dizer e, paradoxalmente, inverter todas essas relações e ainda sim me encontrar dentro delas. Acabo que me perco e faço o contrário do que havia pensando e o contrário do que havia dito e nisto existo, embora fora de mim, o que não quer dizer que eu também não seja nisto. Mas me coloca a dúvida se aí eu realmente seja menos ou apenas esteja.
[Além de não saber onde ficariam os “nãos”]
Apenas uma viajada nas frases abaixo:
“O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.” Clarice Lispector
"Penso onde não sou, logo sou onde não penso" - Lacan.
“Penso, logo existo” – Descartes
“Penso, logo desisto” – Sonia Rocha
O texto acima foi inicialmente publicado no Gironda Jacobina
Nenhum comentário:
Postar um comentário