Sofrer dos nervos
Enervada foi
essa carne
esta minha carne
já refeita de cortes.
redesenhada no core
Corre!
coração
Vermelha carne
(Olha o corte!)
Rupturas
nas fibras
do que deve querer vida
Enervada
E por que foi
lembra:
cada sinapse
cada fio de potássio
eletrocutando a água vinagrada
e morna
que morava
atrás dos olhos
tão mais agora
eles mesmos
ressecados
frios
zonzos
do estouro úmido
do súbito arroubo
Enervado
pressentimento
dos cristais de sal
pó de vidro
que arranharia
entre o rosto e a garganta
cinza invisível
desamor
entre o sal
nosso corpo
e o tempo
Enervada foi
E é
Minha carne
nosso corpo
minhas memórias.
Maravilhoso!
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