terça-feira, 15 de outubro de 2013

Gauche acadêmica


O problema todo é este: as escolhas certas nas categorias erradas. Minha alma - embora negue com veemência - é de uma linguísta. Meu coração, contudo é da história. Meu tesão, da literatura. Daí que, se meu coração fosse da linguística, meu tesão da literatura e esquecesse a história, eu teria uma linda carreira acadêmica em semiótica. Se minha alma e meu coração fossem exclusivamente da linguística, eu não teria tesão, mas teria uma brilhante carreira acadêmica aos 26 anos de idade. E, se, minha alma e coração fossem da história e mantivesse meu tesão com a literatura, eu teria uma brilhante carreira no marxismo materialista que ocupa toda a Letras. Mas eu nasci gauche. Eu acho chata e abstrata demais a teoria literária marxista, acho fútil a semiótica e, hedonista, cedo fácil a qualquer teoria que assim como a literatura, procure pelo discurso literário o que também em si seja tesão.

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