Entenda, por favor
Quantas mãos rudes você acha que eu suportaria antes de apelar?
Se era uma cilada finalmente conhecer a fina sensação do
toque de uma cápsula inflamada
Não me culpe
Se em ti fugia da aspereza
não querer nunca mais experimentar
E como não querer-te?
Se era lento o tempo de um flerte finalmente delicado
E que há tanto procurava
Por favor, não me culpe
Se em você fiz moradia viciada
Em fuga
Pelo quê de violência
não queria mais em mim reencontrar
Pois só contigo aprendi a ser malva e lago e larga e funda
Como ter certeza de em outros toques haver também essa humanidade?
Meu corpo cansado de enganos
Retesado se aprisionou
na fotografia de um pretérito imperfeito
e enclausurado e hipnotizado pelo que se soube teso
Forjou inteiro
Memórias, falas, dramas, esquinas premeditadamente visitadas
Qualquer coisa que escapava
Pelo medo de em nenhum outro encontro
Conseguir se frequentar
Não me culpe, por favor
Se te uso de desculpa
E ainda se te culpo pela armadura
Que por minha própria escolha
Despi para conseguir a você tocar
Que se o uso sente que te anula
Não se preocupe
O uso é para mim
Para pela pele ter algo realmente nervo
Em acreditar
Justo você que em tantas se desvia
Compreensão eu gostaria
Apesar da loucura em se debater o que não foi nem seria
Entenda, por favor
Quantas mãos rudes você acha que eu suportaria antes de
apelar?
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