Há alguns minutos atrás soube que terei de escolher entre a Academia ou o meu emprego. E isso é muito mais do que só isso. A vida acadêmica é algo muito além de meu Mestrado: é também a minha casa, a escola do meu filho, a minha independência... E o meu trabalho? O ganha pão, a chance de ter um salário decente e a segurança de não ter de depender da mesquinharia das retribuições da Universidade: a bolsa de estudos de fome (quando eles dão, né?), a intromissão da Coseas em nossa vida e a insegurança de um futuro sem dinheiro, sem convenio médico, sem INSS, sem casa, sem carro, sem escolha.
Citar o quesito dinheiro na Academia é pecado, não é? (risos secos!). E o aspirante a intelectual ou tem de nascer em berço de ouro, ou fazer fotossíntese (nem mesmo risos secos). Gritaria à parte, apenas para dizer que a vida, muitas vezes, nos coloca escolhas cujos critérios estão lá em baixo, na escolha do prato de comida, no teto para morar, no grau de dependência que se quer ter, ao res do chão. Bem mais feio do que o discurso de amor ao conhecimento que se divulga por aí. A escolha entre um modo de vida pautado pelo cinismo ou pela ironia. I don´t know... I don´t know...
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