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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Discurso e sentido

“Eu gosto quando mentem! A mentira é o único privilégio humano perante todos os organismos. Nunca se chegou a nenhuma verdade sem antes haver mentido de antemão quatorze, e talvez até cento e quatorze vezes, e isso é uma espécie de honra; mas nós não somos capazes nem de mentir com inteligência! Mente para mim, mas mente a teu modo, e então eu te dou um beijo. Mentir a seu modo é quase melhor do que falar a verdade à moda alheia; no primeiro caso és um ser humano, no segundo, não passas de um pássaro!”
DOSTOIÉVSKI - Crime e Castigo
A cada dia que passa, convenço-me mais e mais de que apenas “papagueamos” boa parte dos discursos que pronunciamos. Não porque sejam discursos já ditos e repetidos, mas porque no fundo, não fazem sentido verdadeiramente para nós. E eu digo “nós”, pois enxergo isso o tempo todo ao meu redor. Explicarei o que entendo deste recorte de idéias e de onde o retirei.
Sentido englobaria os conceitos  e apreensões discursivas que inerentemente se ligariam à nossa vida e às nossas experiências, a capacidade em entender algo e/ou se colocar na  situação dita entendida, ou ainda, no papel – social - dito entendido. Estaria então no âmbito dos enunciados e da sua consequente (ou seria inerente?) classificação de mundo. Seria assim, o que vai além das relações sêmanticas e pragmáticas: contemplaria o ideológico, o sentido em sua condição de sentimento, a literalidade de sentirmos os discursos que nos tocam.
Em minhas aulas de Metodologia de Lingüística, o professor Valdir Barzotto nos colocou a reflexão sobre a tão discutida e batida questão das variantes linguísticas. O que ele nos apontou foi o fato de que os sociolinguístas em boa parte de seus textos empenham discursos de “abaixo ao preconceito língüístico” ,  promovem a idéia de que todas as variantes são importantes, mesmo as mais desvalorizadas socialmente. Contudo,  ao mesmo tempo em que “papagueiam” esses discursos, fazem-no na mais rebuscada e complexa NORMA CULTA DA LINGUA. Alguns diriam que o fazem assim em razão das regras sociais que infligem ao gênero científico a utilização da norma culta como pressuposto de legitimidade. Okay. Mas que outra maneira de legitimar uma norma línguística senão pelo uso? 
Sexta-feira passada, em minha aula de Didática, a professora nos trouxe o documentário “Heliopólis, bairro educador”, do diretor André Ferezini, sobre a EMEF Presidente Campos Salles, na favela de Heliopolis. Nele, é retratado como a própria comunidade  ajudou e participa ativamente no desenvolvimento e realização do projeto pedagógico da escola.  A iniciativa começou com a mudança de postura e visão pedagogica em relação à cultuta escolar tradicional, do diretor Braz (ver dados do documentário no link). Para obter o sucesso que hoje tem o projeto e que é que me importa aqui, foi a necessidade de deslocamento de pressuposto das pessoas daquela escola e, como pude constatar àquele momento, nunca havia feito SENTIDO para mim realmente: a voz e contribuição daquela comunidade como conteúdo de caráter valorativo. O diretor junto com as lideranças locais e os pais das crianças construiram um projeto pedagógico JUNTOS. A postura que realmente me chamou atenção foi a de que o objetivo do ensino àquelas crianças não é que saiam da favela para “algo melhor”: e sim, que lá fiquem e modifiquem o seu local de origem, politicamente. Um movimento exatamente contrário ao que eu fiz: assim que passei a fazer parte do ambiente social privilegiado financeiramente ao de minha origem, construi um projeto de vida de mudança e negação da cultura e mesmo do local de onde eu vim. Para tanto, desenvolvi e, não serei hipócrita, desenvolvo os mais diferentes argumentos. Mas ao assistir o documentário, não pude calar uma pergunta incômoda que ainda agora me gera certo mal-estar: qual é a  cultura do local de onde vim?
Alguns mais sarcásticos poderiam responder: a cultura do churrasco de final de semana e da adolescente com cabelo molhado pingando a creme de tratamento capilar e calça jeans de lycra apertada. Talvez. Mas por algum motivo, também não consigo engolir o discurso polido e envernizado do “pessoalzinho do Espaço Unibanco”. Não que eu não frequente o lugar. Mas realmente não é essa a cultura que me apetece. É como se eu fosse uma “aculturada”, desajustada pela cultura que acolhi artificialmente e pela que também nego tão simuladamente quanto a tento recuperar.
A partir daí, desde livre associação até a rememoração dos acontecimentos que ando a verificar no lugar onde vivo, a USP, não pude deixar de associar essa minha posição demagoga à toda demagogia que desde que entrei à Academia presencio, tanto no discurso dos alunos, quanto dos docentes, e, inclusive, de maneira grosseira, embora, não sejam as aparições grosseiras o que anda a me incomodar.
De alguma maneira, supeito que tal demagogia é sustentada pela modalidade “sarcasmo desnecessário”, ou ainda “sarcasmo em cima do muro” que coloca fogo em tudo e, deste modo, esconde o que realmente veicula. Creio que posturas duramente críticas em nível de sarcasmo sejam necessárias. Por outro lado, o exagero com que muitas vezes é utilizado incomoda-me muito. Uma acidez desnessária que, sagasmente tenta dissimular o quê traz consigo:  uma posição confortável e hipócrita de "sei o que acontece, mas não tenho nada a ver com isso". Como se sob este patamar, pudessem manter-se em amoralidade. Porém, nunca revelar o que se pensa não é, no fundo, de um moralismo medonho? Direi o porque desse mote, inspiração deste texto.
Freqüentemente ando pela Faculdade de História da USP e o que eu vejo não é bonito. Eu vejo fascismo, eu vejo posturas legalistas alienadas, eu vejo machismo, eu vejo moralismo sexual, eu vejo os mais diversos totalitarismos ideológicos. Eu ando pela Faculdade de Letras da USP e vejo preconceito lingüístco, eu vejo despotismo, eu vejo deslumbramento barato, eu vejo fetichismos demagogos. Eu convivo com gente da filosofia e as descrições feitas por eles são de um ambiente de irresponsabilidade pedogógica por parte dos docentes, narcisismo e elitísmo que não faz o menor sentido em um país de terceiro mundo - para não dizer ridículo. Aliás, elitismo, eis o que eu vejo em toda a USP, sob as mais variadas nuances. Conforme o contexto, um tipo de discurso. Se o ambiente é a aula, o discurso do politicamente correto (seja lá o que isso for). Se o ambiente é o bar, o individuo saca seu melhor sarcasmo, o do politicamente incorreto (que não há como errar). Já nas relações familiares, o  discurso utilizado é o do senso comum ou, simplesmente, o SILÊNCIO. Aliás, “sentido” , definido nos moldes como descrevi  na abertura deste texto, para os enunciadores do “sarcasmo em cima do muro”, realmente, mora em seu silêncio.  O silêncio dos formadores de opinião, da “nata intelectual da sociedade”.
O engraçado é que há qualidade de silêncios. O silêncio da classe média geralmente é classificado com o rótulo da tolerância.Muito diferente do silêncio dos alienados e alienadas do suburbio. Aqueles cuja cultura é fazer churrasco e andar de calça jeans de lycra dita vulgar . De onde virão os futuros professores de humanas (curso fácil de passar no vestibular, ou ainda o mais barato de pagar) ressentidos.  Os futuros classe média resignados. Ou, “como sempre”, os “futuros bandidos”, serventes de pedreiro, atendentes, prostitutas... Os futuros “sem futuro” do país.  Muito diverso do “silêncio puro” de simulação da tolerancia, da ideologia do amoralismo,  da rigidez do politicamente correto e do politicamente incorreto: a ideologia do acolhimento axiologico. 
Por estes dias, eu discutia com uma amiga sobre a questão das minorias. Ela argumentava que não concordava com linhas teóricas multiculturalistas em que se exalta o “poder” político de movimentos de resistencia de minorias sociais. O que ela colocou, resumidamente, é que esses movimentos estão dentro do sistema capitalista e como tais, servem apenas para “alivio de consciencia” do discurso capitalista, atenuantes com o único propósito de calar esses agentes. Diante dos argumentos, questionei o que essas “minorias” farão “enquanto Seu Lobo não vem”? Mas ao final da discussão tive de admitir que do que ela colocava, havia algo realmente em que não apenas tinha razão, mas também preocupava a mim: nós não vivemos em uma época de acolhimento axiologico, mas de conceção axiologica. Um exemplo disso foi o que minha professora de Análise do Discurso descreveu de sua participação em uma banca sobre uma dissertação que tratava dos discursos de mães de homossexuais. A dissertação defendia que os discursos dessas mães era de acolhimento axiologico ao que Norma rebateu que não. Nos relatos análisados pela dissertação, as mães dizem que amam o filho APESAR de ele ser homossexual e não que o ama PORQUE ele é homossexual. Foi a utilização continua de concessivos a que Norma se apagou para rebater o argumento de acolhimento defendido pela dissertação.  O que se via nos relatos dessas mães eram relatos de conceção axiologica, nunca de acolhimento. Em meu caso as pessoas me amam APESAR de ter deficiencia física e APESAR ser mãe solteira. Poucas são as que me amam sem despadaçar a minha vida em compartimentos.   Poucas são as pessoas que me amam enquanto sujeito de minha própria existencia e não como a frustração resignada de suas idealizações. Cada um deve passar por situações semelhantes em maior ou menor grau, então, atualizem a questão suas vidas como quiserem. O resumo da ópera é um “papagueamento” de tolerância, de cultura, de senso crítico...
Não é de hoje que as questões “o que é sentido?” e “porque pessoas com tantas e tão boas leituras seriam tão demagogas? ” parecem estar intimamente ligadas. E nas últimas semanas para minha tranquilidade, vi que essa é uma discussão que já vem de muito nas discussões teóricas e é uma das principais pautas das discussões dos pedagogos e sociólogos que lidam com Educação. No texto de Adorno, Educação e Emancipação, texto pós-nazismo, a preocupação com uma educação essencialmente entrelaçada a um sentido, em caráter subjetivo é a direção central da reflexão.  Deleuze em o Anti-Édipo, também sob a sombra dos acontecimentos que ocorreram durante o nazismo,  ressalta a importância em estudármos os mecanismos e discursos que levaram um povo de cultura tida como predominante letrada e de apreciação da reflexão filosófica, como era a Alemã, a concepção de uma ideologia que desencadeou as práticas realizadas durante o Nazismo.  Bernard Charlot, filosofo da área de Educação, tem sua pesquisa exatamente sob a reflexão que iniciei aqui: a relação com o saber. O que ele coloca em sua pesquisa é a necessidade em se interpretar o saber como a manifestação, como modus operanti, de um sujeito desejante e não o objeto do desejo desse sujeito. Antonio Candido ao discutir o que seria “Compreensão” sob o ponto de vista da teoria hermenêutica nos traz que compreender algo é entender o que o discurso diz e ligar tal conhecimento à sua experiência de vida.  Nesta perspectiva, a abertura deste texto poderia ser apenas uma repetição vazia de algo já colocado por Antonio Candido. Mas a minha posição caminha ainda para o radicalismo da relação compreensão/história de vida do enunciatário. Com relação a Charlot, conheci o seu trabalho por força do destino quando já havia escrito mais da metade deste texto.Um outro autor o qual impregna as idéias desta minha materialização de “minhocações”  é Backtin, com as leituras que fiz de Marxismo e Filosofia da Linguagem, e, Dialogismo e Polifonia. Neles o autor me trouxe que temos como caráter inerente da linguagem as relações dialogicas que estabelece com outros textos e a ideologia como condição sine que non do signo lingüístico enquanto conceito que se refere ao que é constituído de SENTIDO.  Com base no que Backhtin e Antonio Candido dizem é que olho esses “ruidos de linguagem” e me convenço de que talvez,  sentido e senso crítico, como almejamos através da erudição de nossas leituras e aulas, estariam em relação de indissociação e o último só teria razão de ser enquanto apreensão profunda, completa, enquanto o que a hermeneutica classifica como “compreensão”,   e não apenas como prática técnica de reprodução do arquétipo discurso acadêmico.  Claudemir Belintane (2005), linguísta e professor da Faculdade de Educação,  tratou em seu texto, Matrizes e matizes do oral, na Revista Doxa, rapidamente em um dos trechos de seu artigo sobre o que de alguma forma eu tento apalpar nesta minha especulação:
Falar é falar-se, como diz Kristeva (1988 p.19) mas “falar-se” não apenas por que se domina um código e uma interlocução objetiva, da qual se pode deduzir um suposto conteúdo habitual e ali entrever um sujeito lógico especularizado. O “fala-se” que faz diferença suficiente é o que se enlaça às ambiguidades de uma herança primaria, desejante, que demanda do outro amor e sentidos – sentidos para além da compreensão objetiva, que ultrapassam a dimensão consensual da correlação significado/ significante. (BELINTANE, 2005)
O processo inverso do fetiche cientificista que passamos na Acadêmia.
E não é preciso ir longe para falar sobre fetiche cientificista. O  departamento de Linguística, por exemplo, se tornou o departamento de Gerativa. O que está fora disso é inclusive ironizado como “não-linguística”. “Análise do Discurso não é Linguística!” é o que sempre ouço  entre risos dos colegas da Gerativa. E isso porque não é considerado “cientifico”. Estamos no alge do tecnicismo. O que fugir a ideologia da argumentação dita lógica, cartesiana, legalista não terá legitimidade ou adquirirá qualidades pejorativas.
Dentro desse quadro, como falar em sentido como uma atualização dos discursos que temos contato, “do outro que nos atravessa” pela atualização subjetiva por deslocamentos e pulverizações de nossos arquedestinadores e arquedestinatários (imagens sociais de nós e de nossos interlocutores e que moram dentro de nós)? E se a história só fizesse sentido se for atualizada em nossa vida e,  para o resto, fossemos apenas uma espécie complexa de analfabetos funcionais?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Você é um homem, ou um rato?!!!!

Trabalho, trabalho, trabalho. Trabalho, silêncio, trabalho. Trabalho, cansaço, trabalho. Trabalho, silêncio, trabalho. Trabalho, cansaço, trabalho. Trabalho, tempo, trabalho. Trabalho, tempo, cansaço, silêncio, trabalho. Tempo, tempo, tempo. Trabalho, trabalho, trabalho. Cansaço, cansaço, cansaço. Silêncio, silêncio, silêncio...

Não, isso não é uma tentativa tosca de poesia.

O rato sou eu...

terça-feira, 26 de maio de 2009

A preguiça nefasta

Hoje tive uma “folguinha” das tarefas “urgentes” de meu trabalho e em uma busca desesperada por leituras úteis aportei no texto de Márcia Tiburi sobre o tema preguiça (publiquei o texto na secção de artigos desse blog).

O texto chamou a minha atenção obviamente por que me veio bem a calhar: padeço de preguiça aguda. Mas, ao contrário dos quadrinhos com o maravilhoso personagem Garfield, tal “sentimento” está longe do ócio necessário, ou ainda inteligente do qual o gato faz apologia em contraposição ao lisonjeio do “amor ao trabalho”, ideologia bem sucedida do capitalismo.

A “minha preguiça”, ao contrário, não interfere deveras no trabalho (um pouco, talvez!). A preguiça de que ando a refletir é de outra ordem. Alastra-se por todos os demais campos de minha vida, fato que me levou a refletir (ou tentar!) sobre a questão, pois prevejo em suas conseqüências a mediocridade e a perversidade.

As raízes do mal que me acomete, parece ter tons mais macunaímicos do que garfieldianos. Alimenta-se de hábitos como a minha maravilhosa mania em delegar responsabilidades e a conseqüente acomodação a esse vício; no medo em frustrar expectativas alheias (querer ser/ parecer a todo instante coerente com as expectativas de outros) e, o pouco caso com as necessidades alheias (parece contraditório, mas ficará claro mais adiante).  Posso dizer que essas são apenas algumas pistas do que eu consegui colher ao longo de minhas reflexões (preguiçosas reflexões!!!). Sei que parece estranho essa associação entre preguiça e perversidade, mas tal relação é algo de que há muito desconfio. Deixarei mais claro com exemplo bem feio que há algum tempo constatei em minhas atitudes.

Eu tenho preguiça de ser mãe.  Não é algo bonito de se declarar, mas é preciso. Todos os finais de semana em que tenho de cuidar de Gabriel as minhas energias parecem se volatilizarem com o ar. Não é de hoje que vejo essa minha “preguiça” em relação ao meu filho. Por isso não baixo a guarda com relação a isso. Quer dizer: baixar, às vezes, eu baixo sim, mas tento estar sempre mais atenta. Porém penso que chegou o momento em que admitir tal horror seja o mais eficaz e produtivo.  Infelizmente, ou felizmente, não fui a única a notar o “defeito de caráter”. Minha melhor amiga (uma das, já que tenho duas melhores amigas) também percebeu e me apontou isso sem meias palavras. Não foi agora não. Faz tempo, ano passado. “Você está sendo negligente!”, disse ela. E doeu. Ainda mais porque tinha razão. Mas muita coisa se resolveu desde então.

Porém, vejo que essa negligencia foi em parte, canalizada a outro meio. Foi o que constatei ao ler o texto da Márcia Tiburi sobre a preguiça e um outro, Sem Limites. A autora aponta uma questão que, talvez, por ser tão cobrada com relação à imposição de limites ao meu filho, liga dois pontos de uma mesma questão: o exagero em frisar a necessidade de delimitação de limites a crianças e a preguiça. No texto, o que a autora aponta é a ligação entre a imposição excessiva de limites e a preguiça em educar crianças:

Para muitos basta dar “limites” para realizar uma boa educação. Como se a experiência do limite sozinha pudesse ser a salvação para alguém que se perdeu. Um não dito em tom solene aqui, ou acolá, e estaria feita a mágica. Sabemos que não funciona assim.     

Meu amor certo dia me disse: “Precisamos de espelhos”.  Nos últimos meses notei que trato Gabriel de maneira mais dura. Intuí de que devesse ser mais atenciosa também, pois achei que só poderia ser mais dura com ele se, proporcionalmente, o desse a recompensa em atenção. Mas em uma análise sincera tal recompensa não teve nada de proporcional. Daí ao me deparar com os textos de Márcia, a imagem no espelho não foi bonita. E isso teve a ver mais com a minha preocupação em impor os tais “limites” que tanto ouço todos buzinarem em minha orelha do que com o comportamento do meu pequeno. Obviamente que tal preocupação veio calhar direitinho com a minha PREGUIÇA. Calhou à preguiça, à covardia em impor LIMITES aos que buzinam “limite!”, à minha fraqueza. Ser forte com quem é fraco não tem nada de enobrecedor. É a inatividade em verniz de profunda atividade. É a PREGUIÇA em carapaça de RESPONSABILIDADE. Por fim, é covarde e perverso.  

Pois é... O jeito é continuar (clichê, eu sei!).  E sem esperanças em encontrar aquela moral da história no final do livro que tanto nos facilita a leitura. Olhar os espelhos que me cercam: sem preguiça! 

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Déjà vu?



*Hoje amanheceu nublado e fui até o aeroporto ver aviões decolando. Agora, ao entardecer, tenho sol nos cabelos e uma estúpida piedade daqueles que partiram cedo demais.

Chove lá fora e hoje poderia ser mais um daqueles dias chuvosos sem nenhuma grande importância. Mas a mim soou diferente...

Acordei ao milionésimo chamado do celular. Devo o ter colocado em opção soneca uma centena de vezes. Não lembro. Meu corpo já faz coisas por mim que às vezes me toma mesmo o leme das ações. As horas já se vestiam em seu costumeiro traje de atraso, mas as vértebras de minhas idéias ainda doíam do sono que exigia sua finalização. Talvez eu sonhe demais e por isso sinta tanto sono: sonhos gulosos que não se cansam de sonharem-se. Uma vitória: cheguei ao chuveiro e sem roupa ainda de olhos fechados. Ao voltar do banho, a mudança: num estalar do instante, meus sentimentos, embaralhados pelo sono interrompido, parece terem se perdido nos labirintos de minha memória e, confusos, retomaram o paladar de um mundo que já não é.

Por um balançar de realidade o cinza do dia, perdeu o lugar das horas.  Não sabia se era o entardecer, ou o amanhecer de horas antes, mesmo tendo conferido algumas vezes no celular. A iluminação do quarto, o cheiro das coisas. Sim, o mundo exala. Mesmo quando não mais percebemos. Há alguns anos atrás tive de fazer uma cirurgia e por complicações na recuperação me ausentei do CRUSP  por alguns meses a mais do que houvera previsto. Quando retornei da casa de minha mãe  ao meu apartamento na USP, a primeira coisa que reconheci ao abrir da porta foi o cheiro, o cheiro daquele lugar. À época do falecimento de meu pai, sentia seu cheiro em tudo. Como se não conseguisse descolar a apreensão do mundo ao gosto da perda daquela existência. Os talheres tinham seu cheiro. Até a água do chuveiro!  Por meses o quarto em que dormia me parecia infestado de sua presença. Ou de sua ausência...Ou de ambos...   

Assim, mesmo o mundo me pareceu transpirar em novo ritmo a partir de meu retorno ao quarto. Devo dizer que é realmente uma sensação que de tão estranha, descola-se de qualquer ensaio de real. A rememorização não de fatos passados, mas de sentimentos passados. Sentir o sentimento de dias que já se foram e que, embora tenham sidos meus, não mais me pertence. A estranha consciência de que mudei por uma súbita experimentação nostálgica de sentimentos e rotinas que já se foram. Acabei por vestir uma roupa que há muito não usava e em decorrência da chuva e do atraso, a me enfiar em táxi rumo a Berrine. Dentro do carro me lembrei de meu primeiro mês de trabalho na antiga empresa em que trabalhei, dias de chuva como o de hoje e em que costumava ir de táxi.

Uma pequena  pista finalmente!O paradeiro cronológico das  sensações retomadas. Hoje senti o mundo em duplicidade. Ao mesmo tempo sou a Yara de hoje e a nostalgia da Yara que já morreu, a Yara de cinco anos atrás.

Ontem, ao andar pelo shopping Eldorado, finalmente encontrei a lâmpada adequada à luminária de meu quarto. Faz uns cinco anos que a tenho. Mas há uns dois anos a sua lâmpada queimou e eu segui em deixar a troca deste item para depois. Para depois... Sempre para depois.

Talvez tenha sido a luminária. Talvez tenha sido a chuva. Talvez tenha sido o sono. Ou o entrelaçamento desses três.

Quem sabe um déjà vu anômalo, nostálgico? Às vezes desconfio de que o normal não me pertence...rsrsrs!    

Excerto retirado do blog Análise Publica: frase do dia. http://analisepublica.blogspot.com/2006/05/frase-do-dia_25.html    

Fonte da imagem: http://diarionaooficial.blogspot.com/2008_01_01_archive.html

Musica inspiradora (o que ouvia enquanto escrevia todos esses disparates):

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A outra metade de meus textos...continuação

A cada dia que passa, reforça-me mais a idéia de que somos seres delineados por uma imanente contradição. É o melhor e o pior de nós. Alguns passam a vida a investigar suas contradições e a verossimilhanças de suas idéias. Outros a querer impô-las aos demais. Talvez, na realidade, sejamos um misto de ambos.

Como a proposta deste espaço é o desossar de minha hipocrisia, penso em, na medida do possível, expor minhas contradições ao impulso de impô-las.

A primeira e não recente conclusão é a que defendi acima: ser contraditória é o melhor e o pior de mim. O pior, na medida em que expõe a demagogia e a fragilidade de meus argumentos, de minhas idéias e a mesquinhez de meus sentimentos. O melhor, pois graças a essa característica tenho a facilidade em abandonar idéias apaixonadas e mentirosas, idéias e sentimentos preconceituosos e discriminadores, em mover as categorias e os quadros nas paredes que sustentam os meus pensamentozinhos. Mas mover as idéias, mover as ações e mover os sentimentos são três ações distintas, embora entrelaçadas. Pois não temos acesso a fatos, mas apenas a pontos de vista. Ações distintas... Com um mesmo alvo. A demagogia, óbvio, emerge da contradição das direções entre elas. Dificulta ainda a liquidez de minhas certezas e os malditos paradoxos, os quais nem sempre estou atenta.

Estes dias, a navegar entre meus blogs prediletos, me vi diante de uma das frases de Clarice Lispector a qual não tenho mais acesso na integra, mas da qual me ficou “a moral da história”. Clarice coloca que escrever não é apenas um ato de reflexão sobre o mundo, mas condição mesma para se pensar. A autora diz só conseguir se pensar no ato da escrita. Nisto, talvez eu seja como ela. Daí eu temer o silêncio. O silencio das idéias... Obviamente, não há grandeza proporcional entre o resultado do ato de escrita de Clarice e o meu. Mas creio ser preciso amar a vida, mesmo que seja a minha. Ando alienando-me de mim. O problema disso, antes que se levante a bandeira de humildade, é que nisso me desapego do mundo. O resultado parece ser um enorme sentimento de tédio. Como se na luta diária entre a passividade de meu temperamento e a rebeldia de minhas idéias, a contradição ficasse um fardo cada vez maior a carregar. Aliás, eis uma contradição que não consigo resolver: a demagogia de meus atos e o medo das minhas palavras. Como amar a vida se já não me satisfaço com a que tenho? “Mesmo que seja a minha”... Amar a vida porque ela é minha. É a responsabilidade da vida o que parece  que me escapar às mãos.

Por estes dias decidi que para continuar a pensar-me com mais sinceridade  fechar alguns de meus (futuros) posts. Medo. Sim, um medo que não consigo vencer. Não tenho acesso a quem lê este espaço. Não há medidores de audiência no blog. Assim,  mantenho o compromisso de sinceridade e aviso que coloco  alguns conteúdos para balanço. Contraditório? Lógico!...rsrsrs!

 

Fonte da imagem: http://lordevelho.blogspot.com/2008/07/partes.html 

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quase dois sambas

A outra metade de meus textos...

Dois sambas e nenhuma melodia.

Sorry pela mediocridade das letras, mas não sou poeta e nem musicista. Apenas uma grande intrometida. Como diria o meu amor, em paráfrase a uma frase do texto de Raduan Nassar, uma lingüístazinha de merda.

Mas se não faço sambas bons, é que estou me guardando para quando o carnaval chegar... 

 

....

 

Samba sem endereço

Meu nego diz que é branco

Que é quase carcamano

Que é da Leopoldina

E que na minha favelinha

Prefere nem pisar.

Meu nego que é branco

Que se acha carcamano

Despejado da mordomia

Diz que só se mudou lá da vilinha

Que é pra não entediar.

Meu branco diz que é preto

Mas que é preto do Bexiga

E que não se junta com gentinha

Que é pra não acostumar.

Meu nego não tem cama,

Não tem mesa, não tem grana

Mas diz com voz de galo empapado

Que não é em barraco alagado

Que ele há de me amar.

Meu nego não tem cor

Não tem diploma de dotô

Não tem beira, não tem eira

Não tem carro, nem cavalo

Mas diz que em endereço favelado

Ele não vai me procurar

O meu nego que não é preto

Nasceu num bairro de operário

Em épocas de glória foi proletário

Mas hoje acha de classe só palavrear

Meu nego fala bonito, Fala difícil

Diz que é branco letrado

E que não vai pro trabalho

Que é pra inteligência não gastar

Diz que é vagabundo de classe

Que pra favela só iria se o pagasse

Mas na hora do amorzinho

A favela não quer largar

O meu branco quer ser preto

Às vezes se acha o literato

E encarna o próprio Machado

Que de preto aos poucos passou a clarear

O branquinho que é o meu nego

Esnobou minha favela,

- Tem gente chucra e sem cultura!

É difícil de chegar

Mas esse branco que é meu nego

Que não banca e só faz trela

É apenas mais um desses malandros de subúrbio

Que de samba não quer gostar

O que o nego num percebe

É que o de menos é meu “CEPE”

Que a favela mora em mim

E o meu amor é feito assim

De samba sem hora e sem lugar

Ele é a minha favela fazendo batuque

E é feito no ritmo da cama fazendo compasso

Ele é o samba sonhando o terreiro em que vai tocar. 

 

 

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(Sem título)

 

Dizem por aí que sou muito é descarada, pois o corpo ainda nem esfriara

E eu tão logo viuvinha

Já me fiz faceirinha pro velório ir paquerar,

Mas o que todos não sabem

é que rancor de mulher traída

só se cura mesmo é com saia curta e com birita...

e mais ainda

com muita danação

Pois só eu sei quanta brasa engoli

Que da amante maldita à boca dele cuspia

as cinzas de nossa paixão

É que por um teco de cigarro, esse desgraçado,

quis me deixar no celibato

com lamento e sem pensão

E se foi.

Com a querida fedida

A traiçoeira, magrela e nem mesmo faceira,

E quem lhe era sempre a preferida

Ingrato! Ingrato!

Eu ali, queimando em paixão,

Trocada por um cinzeiro roubado!

Ingrato!

E o maravilhoso perfume

de nicotina!Da querida... fedida!

Fedida e barata,

que a todo tempo lhe escarrava a desgraça,

a asfixia de nossa canção.

Ingrato!

E agora, que suas brasas o consumiram,

Pois eu é quem pergunto a todos esses ditos amigos

Quem é que consumirá

As brasas que eu estava guardar

e o Amor que estava a lhe juntar, enquanto ele?

Tudo num cinzeiro a nos fumar!

Ingrato!

Há isso é que não há perdão!

E é por isso que eu afirmo

E em compasso de samba de viúva empoleirada

Que por chumbo trocado e cinzeiro derramado

Não se fica a chorar e não se reclama por limpar.


quarta-feira, 25 de março de 2009

Respostas copiadas

Na ausencia completa de criatividade, o mundo me pensa com minhas palavras mesmo sendo de outros...O grifo é meu. A não minha resposta , mas ainda sim minha.

situacional

- onde estás?
- aí.
- como estás?
- bem, aqui;
- como te sentes?
- preso entre o que não sei, o que sei que não tenho e o que não sou.
- o que posso dizer? ou fazer?
- emenda-te, que eu, já não tenho espaço nem tempo, se não para ser o que sou.

Texto chupinado do blog: http://tempusatempus.blogs.sapo.pt/

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A breguiçe de cada dia


Há dias em que acordamos brega (ou seria: “há dias em que acordo brega”?!). Não sei exatamente a qual transformação química, causa psicológica ou efeito cosmológico é possível atribuir responsabilidade a esse estado, muito menos o agente neutralizador que colocaria fim a ele, mas o que acontece é que há dias em que tudo parece se desejar em traços de epopéia.
Acordo atrasada (como sempre!) e adquiro instantaneamente a crença de que todos me odiarão por causa disso. Olho no espelho e estou feia. Aliás, estou não: sempre fui só que antes não percebia. Isso porque, veio uma fadinha no meio da noite, tocou uma varinha em meus olhos e, de hora para outra, passe a enxergar a minha feiúra! Mas isso pouco importa, pois tenho pouco tempo de vida. Pois é, isso mesmo! Por qualquer motivo absurdo, em uma rua qualquer, estarei lá, no momento errado e na hora errada e... PUM! Irei dessa para melhor! Deixarei meu amor, viúvo, meu filho, órfão, meus amigos, em desamparo... Dramático? Imagine!!! Rsrs!
Mas, calma: há os dias de breguice otimista. Acordamos e a mesma fadinha da feiúra, agora, se transformou na fadinha do amor. Então, acordo e sinto um enorme sentimento de amor: um amor pungente!(Arpas tocando!) Olho no relógio e ainda está cedo demais para levantar-me. Mesmo assim, vou tomar banho. Lavo os cabelos para que fiquem mais bonitos. Olho-me no espelho e minha pele está perfeita. Resolvo que vou menos desarrumada para o trabalho neste dia. Atravesso a ponte da Cidade Universitária cantando (quer dizer: isso eu faço tantos nos dias de pessimismo quanto nos de otimismo!)... uma música piegas! Just in time youve found me just in time…Before you came my time was running low! (repito o mesmo trecho diversas vezes, visto que nunca sei uma música por completo!). E tudo dará certo, mesmo em virtude de minha enorme preguiça em mudar meus erros.
Meus amigos são os melhores, meu amor é eterno e perfeito, meu filho é o mais belo, valoroso e feliz das crianças e tudo em minha vida sempre foi e sempre será motivo de nostalgia. Lembro-me de coisas boas e tenho vontade de paralisar o tempo em sua magnitude! Mas, aí por um místério semelhante que desencadeou o estado de breguice, acontece de aparecer a fadinha do senso crítico, e também, de hora para outra,torna tudo ridículo. Quer dizer, torna tudo muito mais ridículo! Até mesmo o que não deveria ser; o que não é.

Mas antes que o meu venha a meu socorro (ou para me infernizar!arrrgut!), deixo, a quem por essas bandas venha a xeretar, uma doce lembrança de um surto de pieguice...rsrs!

Caminhando e cantando
Seguindo a canção...


Brincadeira! Hihihi!

 

Aí vai!

 




 

Nina Simone

My Baby Just Cares for Me

My baby don't care for shows

My baby don't care for clothes

My baby just cares for me

My baby don't care for cars and races

My baby don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style

And even Lana Turner's smile

Is somethin' he can't see

My baby don't care who knows

My baby just cares for me

Baby, my baby don't care for shows

And he don't even care for clothes

He cares for me

My baby don't care

For cars and races

My baby don't care for

He don't care for high-tone places

Liz Taylor is not his style

And even Liberace's smile

Is something he can't see

Is something he can't see

I wonder what's wrong with baby

My baby just cares for

My baby just cares for

My baby just cares for me

Para ver a tradução dessa música, clique aqui.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Crescer dói

Eu sei que não é a primeira vez que digo isso, mas como a maioria dos seres humanos, eu também sou repetitiva. Repito as piadas, dramatizo onde talvez nem haja tanto drama. Mas, sabe o que é? É que só tenho vinte e quatro anos e a impressão que tenho é a de que já tenho que escolher quase vida inteira. Daí os ombros pesam e o medo do passo em falso me faz sofrer de véspera. Ainda mais quando não se está só. Quando se atravessa a vida segurando a mão de alguém que tanto ama. Desculpa, mas hoje serei clichê.

Há alguns minutos atrás soube que terei de escolher entre a Academia ou o meu emprego. E isso é muito mais do que só isso. A vida acadêmica é algo muito além de meu Mestrado: é também a minha casa, a escola do meu filho, a minha independência... E o meu trabalho? O ganha pão, a chance de ter um salário decente e a segurança de não ter de depender da mesquinharia das retribuições da Universidade: a bolsa de estudos de fome (quando eles dão, né?), a intromissão da Coseas em nossa vida e a insegurança de um futuro sem dinheiro, sem convenio médico, sem INSS, sem casa, sem carro, sem escolha.

Citar o quesito dinheiro na Academia é pecado, não é? (risos secos!). E o aspirante a intelectual ou tem de nascer em berço de ouro, ou fazer fotossíntese (nem mesmo risos secos). Gritaria à parte, apenas para dizer que a vida, muitas vezes, nos coloca escolhas cujos critérios estão lá em baixo, na escolha do prato de comida, no teto para morar, no grau de dependência que se quer ter, ao res do chão. Bem mais feio do que o discurso de amor ao conhecimento que se divulga por aí. A escolha entre um modo de vida pautado pelo cinismo ou pela ironia. I don´t know... I don´t know...    

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Arrumando a casa...

Pois é... um dia acontece... A gente fuça, fuça e em meio a milhões de janelinhas com opções cujas nomenclaturas aparecem em uma língua muito pouco convidativa a essa aprendiz de blogonês, eis que encontrei uma maneira de deixar esse espaço um pouco mais com a minha cara (até porquê, não agüentava mais aquele sapo!!! Rsrs). Ainda está tudo meio clichê, mas ao mesmo tempo não, uma coisa tipo burro quando foge. Ao menos, pelo que verifiquei, o espaço de leitura se tornou bem mais confortável “pras vista”. Também dei uma olhada em meus últimos postes e mesmo em um tom viagem na maionese, ainda sim gostei deles. Mas, talvez, por influência de alguma de minhas últimas leituras, também notei um aspecto interessante: a pretensão em querer alcançar o infinito... e não alcançar porra nenhuma. O que quero dizer é que por buscar alcançar questões cada vez mais altas, deixei de lado as importantes miudezas das experiências que me cercam e que povoam minhas idéias. Vejo que está faltando humor, breguiçe, humildade. Por isso, mudarei um pouco o rumo dessa nau e deixar a César o que é de César. O incomodo de meus disparates e de meus arroubos mas também a leveza de um bom dedo de prosa....rsrs!Espero que quem por aqui costume circular, aprecie a nova decoração do espaço.A minha influência: Blog Incompletudes

 

Ah, esqueci de dizer! O vídeo que coloquei em minha secção de vídeos foi a minha outra inspiração para o layout desse blog.">Reproduzo o vídeo novamente abaixo.
Leyla Fon Rio: Le Temps Reste (Nine songs - Love scene)
by leylafonrio