terça-feira, 27 de março de 2012

Cantos proféticos

Oh, Deusa!

Cantai

Aos Musos

Que já é hora!

Nobres,

do canto dos Deuses apartados

Oh, Deusa,

Cantai!

 

Despiu-se

 

Em meus olhos

Janelas emaranhadas de almas

Recortes de corpos

em lâminas e delineio

Na maciês luminosa do quarto

Os fios lançados à penumbra

Um oráculo a professar...

Seus pêlos

 

Torçuras em mel

Trançado gotejo

Óleos quentes

Aguação de língua

Na boca

Desejos em caracolados

O fremir crespo

Ritos e enroscos

Oração arrematada

Uma boca de mulher

A babar-se

na ânsia

de sanguíneos  enleios

 

O Olímpo em Penugens

 

Divinos

Linhos

A morte do pássaro

Aninhada

em meu Novelo.

 

Oh, Deusa

Orai!

O nó

de cada labirinto

 

o  encontro

das dobras

os segredos

do Canto

Teso 

Nenhum comentário:

Postar um comentário