sábado, 31 de março de 2012

Poesia contra o asfalto

Valorosos de suas dezenas de vãs reuniões. Silêncio às crianças. Paz na terra aos hábeis vomitadores de vazia verborragia em verniz de Power Point. A ordem do dia é sentir-se sempre ocupado. Em infantis leituras demagógicas e o tempo preenchido de nulidades. Cronicamente atrasados ao próximo indispensável compromisso com o nada. Heróis de sua servidão. Os saudemos! Que os segundos passam! E a morte está à espreita. E já noticiaram mais um ego caído em um banheiro trancado.

Corações de pinto molhado. Um insulto bem dado, um elogio escasso e a mediocridade à tona na privada. Merda voltando  após uma descarga mal dada.  E agradeça a deus pelas fezes de cada dia. Antes cheios de bosta a prazo ao desconforto da privada vazia.

 Os minutos escassos. As idéias esparsas. As horas sempre ao alheio. Normais em sua esquizofrenia diária, o importante é não vagabundear. E se fraquejar, ir à farmácia com a velha fórmula do se compadeça de si e odeie aos que não invejam seu ordenado e seu lamento.

Mas chegou a hora da flor contra o concreto.

Só aceitar a realidade no que for poesia.      

Nenhum comentário:

Postar um comentário