quinta-feira, 10 de abril de 2014

Dúvida amorista


E então parece-me ser ou uma contradição ou um paradoxo ou uma confusão de minhas ideias. Isso de amor e liberdade. É um susto constante – ou seria o amor sempre um susto independente de qualquer coisa? Uns bons outros ruins, um susto sempre contudo. E quem sabe @s senh@res não me ajudem? Porque eu posso e quero a liberdade. Em cada dobra do Outro, em cada encontro de retinas, em cada angustia de solidão, em cada memória e pedido de ajuda, eu a quero e procuro: a tal da liberdade. Minha e a do Outro. Porque tenho fé forte e cega que só é possível liberdade se em mim ela existir tanto quanto no Outro. Seria possível ser livre criando laços de amarra e grilhões? O algoz é sempre dependente de sua vítima, né? Daí a gente ama e plenamente se tem alegria profunda no exercício da liberdade. Inclusive porque o Outro só o é inteiro, se livre. Se não, é apenas espelho, né? E o que temos para ser livres, para realizar essa liberdade? A nós mesmos, ao nosso corpo. Esse nosso corpo que só tem compreensão de si pelo Outro. Pelo olhar do Outro, pelo toque do Outro, pela letra do Outro e, até, pela saliva do Outro. Ser é, então, ser com Outro. Um Outro fora de nós, com vontade própria, destino a parte, tudo à parte. Então o que fazemos para sermos e livres? Vamos atrás do Outro? Meio no escuro, tateando, sob frio medo de nos cortamos nas adagas do não-encontro, do encontro fino e lancinante com o nada? Substancioso nada. Crescente e lacerante noite em mim, o NADA. Ninguém quer tocar-se e nada, né? E eu não sei se todos, mas eu quero-me carne, significativa carne, e livre e aí tem o tal Outro fodendo a minha lógica – enquanto na ânsia de foder-me. E o que fazer para garantir a integridade do Outro sem dissolver a minha, a mim? Quer dizer, podem ser os Outros, claro, isso já é revolucionária liberdade. Patriarcalismo, adeus, se fudeu! hahaha! Contudo, ainda resta esse ovo de serpente, isso de como querer estar sem ser e sem do Outro tomar nada de si e nem de mim? Talvez tomar sem possuir... É um pouco difícil também isso de comunicar que quero tomar sem possuir e não fazer com que esse(s) Outro(s), que um pouco mesmo sem querer de mim já tem, que não fuja sem deixar-me um pouco aleijada, ainda que por engano. Qual  a recomendação assim, meus senh@res? Colocar sempre em linha reta o que se quer ou cozer  a linha por um tempo sob a própria pele, em tricô, por distração, sem anestesia, até que esse Outro, sinta-se íntimo o suficiente  para tocar o ponto sob ele mesmo? Não poderia o susto dessa maneira ser ainda mais constante porque cada caso é um caso? Sem nenhuma ética-estética de conselho e ismo (tipo Marxismo, Relaçãolivresismo? Amorlivrelismo? Amor-lirismo? Amorismo?)?   

Agradeço o retorno.   
Com afeto.
Y.     

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