E então parece-me ser ou uma contradição ou um paradoxo ou
uma confusão de minhas ideias. Isso de amor e liberdade. É um susto constante –
ou seria o amor sempre um susto independente de qualquer coisa? Uns bons
outros ruins, um susto sempre contudo. E quem sabe @s senh@res não me ajudem? Porque
eu posso e quero a liberdade. Em cada dobra do Outro, em cada encontro de
retinas, em cada angustia de solidão, em cada memória e pedido de ajuda, eu a quero
e procuro: a tal da liberdade. Minha e a do Outro. Porque tenho fé forte e cega
que só é possível liberdade se em mim ela existir tanto quanto no Outro. Seria
possível ser livre criando laços de amarra e grilhões? O algoz é sempre
dependente de sua vítima, né? Daí a gente ama e plenamente se tem alegria
profunda no exercício da liberdade. Inclusive porque o Outro só o é inteiro, se
livre. Se não, é apenas espelho, né? E o que temos para ser livres, para
realizar essa liberdade? A nós mesmos, ao nosso corpo. Esse nosso corpo que só tem
compreensão de si pelo Outro. Pelo olhar do Outro, pelo toque do Outro, pela
letra do Outro e, até, pela saliva do Outro. Ser é, então, ser com Outro. Um
Outro fora de nós, com vontade própria, destino a parte, tudo à parte. Então o
que fazemos para sermos e livres? Vamos atrás do Outro? Meio no escuro,
tateando, sob frio medo de nos cortamos nas adagas do não-encontro, do encontro
fino e lancinante com o nada? Substancioso nada. Crescente e lacerante noite em
mim, o NADA. Ninguém quer tocar-se e nada, né? E eu não sei se todos, mas eu
quero-me carne, significativa carne, e livre e aí tem o tal Outro fodendo a
minha lógica – enquanto na ânsia de foder-me. E o que fazer para garantir a
integridade do Outro sem dissolver a minha, a mim? Quer dizer, podem ser os
Outros, claro, isso já é revolucionária liberdade. Patriarcalismo, adeus, se
fudeu! hahaha! Contudo, ainda resta esse ovo de serpente, isso de como querer
estar sem ser e sem do Outro tomar nada de si e nem de mim? Talvez tomar sem
possuir... É um pouco difícil também isso de comunicar que quero tomar sem
possuir e não fazer com que esse(s) Outro(s), que um pouco mesmo sem querer de
mim já tem, que não fuja sem deixar-me um pouco aleijada, ainda que por engano.
Qual a recomendação assim, meus senh@res?
Colocar sempre em linha reta o que se quer ou cozer a linha por um tempo sob a própria pele, em
tricô, por distração, sem anestesia, até que esse Outro, sinta-se íntimo o
suficiente para tocar o ponto sob ele
mesmo? Não poderia o susto dessa maneira ser ainda mais constante porque cada
caso é um caso? Sem nenhuma ética-estética de conselho e ismo (tipo Marxismo,
Relaçãolivresismo? Amorlivrelismo? Amor-lirismo? Amorismo?)?
Agradeço o retorno.
Com afeto.
Y.
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