segunda-feira, 18 de maio de 2015

Vermelho

E já não diz
E já não ofega nem afaga
E já não projeta cores sob o papel em branco
E nem o branco sob o papel em negro
somente o vermelho sob o verbo silenciado
a não-cor dor…
E nem a carne de seu corpo lento acompanha o tempo de sua ânsia
E enquanto lava a louça, lava a casa, lava a roupa,
se lava de todas as lavagens
(inclusive mentais)
sente escorrer pelas mãos
a umidade dos anos que vincam a pele
fazendo os caminhos do que não mais sonha percorrer
E sempre lhe diziam que teve muita força
mas só o que sentia era cansaço
será que a enganaram?
negaram
apenas
voz…
vociferaria sua força não a tivessem nomeado antes de outra coisa
E já não diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário