quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

TPM. Assim mesmo, bem clichê!

É inescapável. Um dia eu teria de escrever sobre isso: TPM. Puta que pariu!!! Não é para “causar” ou fazer firulas de retórica enchendo o texto de palavrões, mas é que esse momento de existir em algumas de nós mulheres tem conseqüências surreais.

Como que a contração de um órgãozinho desse naipe, em exercício saudável de sua existência, pode reverberar de maneira tão incisiva não somente em nosso corpo, como também em nosso sentimento de mundo?! Como diria a Sonia, cadê o botão de liga/desliga? E o inferno são os outros!

As pessoas respiram perto de mim. Que I-RRI-TAN-TE!!! AHAHAHAHAHAHA!!!

A desse mês está ainda pior: tudo me comove. A mãe que perdeu a filha de quatro anos assassinada, o mendigo da rua, a novela, o sol, o mar (ou a falta dele!), o cocô do cachorro, o respirar das pessoas...Ontem foi sem motivo mesmo!

O pior é que estou sem meu filho, sem dinheiro para sair a algum lugar que me faça esquecer isso e com trezentos textos da Berbel para a prova de sexta. Eureca! Devem ser aqueles textos que me fazem chorar...rsrsrs. Não são. Odeio dipirona!

Sabe o que é engraçado? É que durante o dia, exceto pelas cólicas e pela ansiedade, fica tudo bem. Quando chego ao meu apartamento, mesmo vazio, também continuo bem. Mas quando apago a luz para dormir, eis que a maldita TPM, igual ao monstro do armário dos temores de quando criança, sobe devagarzinho, pelos dedos dos pés, até alcançar o cangote. E em um arrepio de lembranças já geladas, o travesseiro fica molhado. Aí, como não tem dipirona que resolva dor de melancolia, fico lá, deitada, puta da vida pelas horas de sono desperdiçadas, a espera do fim da tempestade.

É estranho demais quando não entendemos tão descaradamente a nós mesmos. Dá um quê de sentimento de vulnerabilidade. Dá vontade de que tenha alguém ali, junto, para ficar acordado comigo também, compartilhando do meu emputecimento em traços de Alvarez de Azevedo (egoísta né? Eu sei!). Alguém de quem eu não tivesse vergonha de chorar em sua frente. Uma vontade do alguém impossível (já que só choro à vontade agarrada ao meu ursinho!). Alguém com paciência para ouvir a tristeza de minhas obviedades...                 

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