Seus pés: pequeninos, veias fortes, pelos.
Há quilômetros e quilômetros ao sol. pés que consomem
caminhos.
O chão cinza brilha e reluz em prata . E ela caminha sob
ouro de tolo.
Muitos caminhos. E todos, o sol era barato e a vida cara
demais para planos futuros além do brilho no concreto/
Na cidade, há muitas baratas. Tontas. Desbaratadas por
caminhos que dão sempre para debaixo dos pés que as esmagam.
Seus pés sempre inchados. Todavia, as pernas fortes, que
seguem o horizonte a pé
( apesar da violência, da violência, da violência...)
Na cidade de baratas e prédios, o horizonte está em toda
esquina
(e em nenhuma).
Espera que seus pés a levem sempre por esquinas úmidas.
Esquinas com mijo, com música, com um povo esquisito(!), com pequenas baratas
que sejam sempre pequenas/ esquinas
assimétricas. e vivas.
antes que vire
a barata
de Kafka
sem pés
e esmagada.
sem pés
e esmagada.
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