segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Barata


Seus pés: pequeninos, veias fortes, pelos.
Há quilômetros e quilômetros ao sol. pés que consomem caminhos.

O chão cinza brilha e reluz em prata . E ela caminha sob ouro de tolo.
Muitos caminhos. E todos, o sol era barato e a vida cara demais para planos futuros além do brilho no concreto/
Na cidade, há muitas baratas. Tontas. Desbaratadas por caminhos que dão sempre para debaixo dos pés que as esmagam.
Seus pés sempre inchados. Todavia, as pernas fortes, que seguem o horizonte a pé
( apesar da violência, da violência, da violência...)
Na cidade de baratas e prédios, o horizonte está em toda esquina
(e em nenhuma).
Espera que seus pés a levem sempre por esquinas úmidas. Esquinas com mijo, com música, com um povo esquisito(!), com pequenas baratas que sejam sempre pequenas/ esquinas  assimétricas. e vivas.

seus pés consomem 
caminhares

antes que vire
a barata 
de Kafka
sem pés
e esmagada.        

Nenhum comentário:

Postar um comentário