Se a vida é “a arte do encontro”, sou desvivida em
desencontros.
Encontrada apenas com o anjo torto do gauchismo Drummondiano.
Sem rancores, sem rancores!
Apenas é que faz dois dias ando a pensar em meus
desencontros. E comecei a lista-los todos, in memoria. Eu sou meio maso mesmo.
Encontrei um filho, desencontrei um pai. Fui apaixonada por
um mocinho da Letras por anos e acabei ficando com o outro, que eu era a fim,
mas justo quando... descobri que estava grávida. Aliás, estar grávida é chamar
encontros desencontrados em feto.
O outro se declarou a
mim no dia que peguei o exame de positivo. O amigo de amizade colorida se
engraçou comigo com a barriga crescendo. Depois, se apaixonou por uma mocinha
linda e a abandonou pra ir pra França. Daí ficou dois anos e quando voltou eu
acabara de começar o namoro. Quando terminei o meu, começou o outro... Eu menstruo em meus encontros, eu passo mal,
fico sem grana, o metrô cai, é Hiroshima-micro-in-loco, saci trocando a hora do
relógio, um atraso, deslocos.
Eu disse que o amava quando ele não. Ele disse que me amava
quando eu não. Eu tive sempre bons empregos, só que ao contrário. O primeiro,
eu teria sucesso, se antes houvesse
passado pelo atual. E o atual, pelo primeiro. E o do meio, se no fim.
Vinicius era meu plano A. Mas nasceu antes e ainda tirou
sarro, safado! Chico era o B, Vinicius, novamente, desaforado! Sem rancores, sem rancores... meus
desencontros geraram todos os demais encontros desencontrados, se eu pensar
melhor, com mais bossa, né? E que meus desencontros sejam eternos enquanto
durem!
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