sexta-feira, 13 de junho de 2014

Das fidelidades imediatas


Fiel à língua sigo
a língua...
que percorrendo o meu
ventre
entre-fendas
de meu íntimo
abra com espada posta
os espaços úmidos
de minha escuridão

e meus assonados
suores sem temores
(ali, ali...)
clareie
entre topadas e tremores
relâmpagos e raios
o que adormece
ainda que
enervado
espasmos
pela língua
tateados
escultura
para dentro
em ritmada
coreografia
te(n)são.

Fiel à língua sigo
enquanto me ancoro
em seus negros olhos
postos
até o fechar dos meus
indefinidos e confusos
mar  esverdeado  por ti
revoltos
na loucura
de seus pelos
em meus lábios
inconciliável
se te olham
nesse instante 
inflamável
vastidão
que só se
faz no que frisa
pela fricção
e indomável

E envolta por seus braços
largos
alago
a mim
ao quarto
à sua pele
ao infinito rasgo
aberto 
enfim
aqui, aqui...
na completitude
e no manuseio do mastro
e do barco
que navega
no que constrói
e se corrói
no próprio 
velejar
o fim-sem-fim
de uma nova língua
sem barragens
fundura preenchida
em mim
no movimento de 
a-fund-acão-
  
e qual eletricidade de nuvens que se chocam
na tempestade
línguas que se tocam 
elétricas em cavidades 
fiel eu sigo
agora eu mesma imensa
e fiel
enquanto apenas sigo
e tomada
e inteireza
enquanto sigo:

e sigo
e sigo
e sigo
imensa, imensa, imensa...

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