segunda-feira, 24 de março de 2014

Desalinhavos diários


Existe uma estética que a muito perpassa a narrativa com Ele: a estética do cansaço. A luta contra isso é todo dia. De todos os pontos de vista. Do discursivo – com leituras que ajudem a entender o papel a ser desempenhado em relação a Ele. Do físico – com o inicio de alguma atividade física que ajudasse a ter mais disposição para acompanha-lo. Do financeiro – a fim de vislumbrar mais liberdade de escolha com relação às horas do dia. E sempre pensava que uma hora, aos poucos, estaria “pronta”. Nunca estará. Todo dia é dia de estar incompleta. Já fazem oito anos e por muitos anos a situação foi arrematada por linhas coloridas pela lógica da restrição. Desaprendiam a brincar juntos. Desaprendiam a aprender juntos. Desaprendiam a ir ao parque juntos. Desaprendiam a ir a reuniões escolares juntos. A comerem juntos. A dormirem juntos. A assistirem filmes, a irem à festas, a estarem com seus amigos... e juntos. Agora, formada em Educação, 12 anos de estudos, terá de das linhas negras e retas dos livros, verter o que delas misturadas a si usará para finalmente tingir, ainda que de seu próprio sangue, as novas e necessárias cores de seu dia-a-dia com Ele. E em ponto firme, linha dupla: ensinar aos dois a re(a)prenderem-se nó novamente.       

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