Existe uma estética que a muito perpassa a narrativa com Ele:
a estética do cansaço. A luta contra isso é todo dia. De todos os pontos de
vista. Do discursivo – com leituras que ajudem a entender o papel a ser
desempenhado em relação a Ele. Do físico – com o inicio de alguma atividade
física que ajudasse a ter mais disposição para acompanha-lo. Do financeiro – a
fim de vislumbrar mais liberdade de escolha com relação às horas do dia. E
sempre pensava que uma hora, aos poucos, estaria “pronta”. Nunca estará. Todo
dia é dia de estar incompleta. Já fazem oito anos e por muitos anos a situação foi
arrematada por linhas coloridas pela lógica da restrição. Desaprendiam a
brincar juntos. Desaprendiam a aprender juntos. Desaprendiam a ir ao parque
juntos. Desaprendiam a ir a reuniões escolares juntos. A comerem juntos. A
dormirem juntos. A assistirem filmes, a irem à festas, a estarem com seus
amigos... e juntos. Agora, formada em Educação, 12 anos de estudos, terá de das
linhas negras e retas dos livros, verter o que delas misturadas a si usará para
finalmente tingir, ainda que de seu próprio sangue, as novas e necessárias cores
de seu dia-a-dia com Ele. E em ponto firme, linha dupla: ensinar aos dois a re(a)prenderem-se
nó novamente.
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