quarta-feira, 12 de março de 2014

Infinito Carnaval


A chuva lava a pele
e escorre
pelo meio
caminho
em nós
alçado

e a língua lisa
é quem inscreve
o beijo crespo
caminho em pelos
por ela enfim
reencontrado

Do carnaval as cinzas não vingam
não vingam...
pois a quem Colombina
da pele já é veste
para sempre em mim
Carnaval é chuva
eternizada

e se as cinzas secas voariam com o vento
e a quarta-feira chegaria em seu momento
e eu triste a descolorir
ressecamento
não fosse seus dedos
fecundando prenhe
fumegante e quente
o estender
do próprio Tempo
em mim
de ti
a memória
alada
e banhada

e às quartas-cinzas
em pele
só o desporto
Que tu em mim
fez temporal
e se pássaros já
não alçam voo
seguirá em frente
etereamente
meu sonhar em ti 
um Arlequim
e as nossas fantasias
novamente
encharcadas

E na rua e na avenida
a chuva à festa só enfeita
e a dança é asa
à pele tesa

É Carnaval, amor!
:
o que de ti em mim
se fez etéreo

agora
aqui
só que em palavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário