Às vezes, perdemos alguns momentos de nossa existência (quer dizer, da minha existência!) com preocupações absolutamente insignificantes. Não que outras não existam para beijar o cangote. Aliás, se as coisas continuarem do jeito que se apresentam, terei de, além de alugar os meus ovários, penhorar o meu fígado! Mas voltemos às insignificâncias nossas de cada dia.Um dias destes, me peguei super preocupada com fato de o verão estar próximo e eu ainda continuar a usar este corpo, magro e flácido. Hoje já temos a do dia: estou emburrecendo, desaprendendo a escrever. Isso porque desacostumei a escrever textos acadêmicos.
Mas vejam como este tipo de especulação inútil e irresolúvel ocupa nosso dia, nossa mente, e para desespero desta escritora que me escreve (sim, porque apenas eu leio a mim mesma!) ocupa, preenche e pior, delineia a própria concepção de ser.
Que delicia de viver seria aproveitar todos os momentos de nossa volátil existência em coisas absolutamente úteis e construtivas. Mas somos concupiscência, riqueza e honra colocou um filósofo que comecei a ler ontem (um desses misógenos, igual ao Platão!). A concupiscência, esta não nego, embora neste negro e tenebroso inverno que se interpõe tal voluntariedade da alma humana não esteja a me apetecer com a mesma efervescência dos tempos de outrora.
Moral da história (para encerrar de vez com este blá, blá, blá): que grandessíssimos chatos seriamos se só nos ocupássemos com coisas inexoravelmente necessárias!
"Igual a um deus me parece,
ResponderExcluirsuperior aos deuses, se é lícito dizê-lo,
aquele que, sentado defronte de ti
te vê e ouve (...)
o ócio, Catulo, faz-te mal:
com o ócio excitas-te e anseias demasiado;
o ócio, a reis e cidades outrora felizes
deitou a perder."
Lembrei-me desses versos, lendo seu texto...ah, que saudades do Catulo, ahahahah!
E, no começo do excerto, criei uma imagem: nossa geração googleliana que se sente completa e poderosa diante da tela do computador (que eu deveria desligar neste momento, mas não resisto e continuo a checar meus e-mails). Praticamente uma relação de adoração.
Mas ainda sim eu quero o ócio! Eu, com meus quilinhos a mais e uma pesquisa de conclusão de curso na qual trabalhar, insisto em visitar meu perfil na famosa rede de relacionamentos.
Algo mais: insisto em usar ... ao invés de ,